Chuva Esparsa é o momento mais frágil e melancólico da natureza onde as pessoas choram, escrevem e deitam... Como se estivessem obrigadas a fazê-lo, como se alguém as segurasse pela mão e as fizesse sofrer...

Ela se apresenta como uma dama misteriosa, coberta por um manto molhado e sombrio... Ela acalma o espírito, mas agita o corpo numa desproporção que gera a angústia tão características dos seres, amantes dos sentimentos ocultos em si mesmos...

Uma dama rara, como um cometa que passa em milhões e milhões de anos, como uma lágrima que pouco brotou, já tomada como vapor, some antes que o chão possa bebê-la.

Nosso ser se move de forma imóvel, como se corpo e alma não vivessem mais no mesmo espaço... Tomado, então por tais condições, sentimos como se acompanhada dela viesse a morte... Numa sensação descomunal de choro, escrevemos e sentimo-nos aliviados, como se a alma, antes inquieta, acalmasse seu facho e assentasse, finalmente, junto ao nosso corpo. Este, já cansado, sofre a ressaca deste turbilhão de ondas e ventos... Respirando, aliviado, acomoda-se no chão, sentindo o gelo do piso resfriar-lhe o corpo, antes aquecido...

Chuva Esparsa é quando choro como se cada gota daquela chuva representasse parte da minha vida, minhas dores, já aliviadas...

Bem Vindos,

terça-feira, 23 de outubro de 2007

POETRY